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O povo caucano protestou contra a privatização dos serviços públicos e contra o monopólio leiteiro
 

A massiva jornada de protesto popular avançada, impulsionada e desenvolvida pelos utentes da electricidade nos municípios de Popayán, Piendamó e Caloto, e que contou com uma ampla participação de operários, estudantes, inquilinos e camponeses, foi uma contundente manifestação de rejeição popular às políticas de privatização dos serviços públicos. O inconformismo manifesto por parte da população caucana deve-se aos atropelos cometidos pela empresa responsável pelo fornecimento de energia contra os utentes e os aumentos impiedosos das tarifas que hoje deixam um sem número de cidadãos sem comer para pagar as facturas da energia.

Na cidade de Popayán, a manifestação percorreu as principais ruas para terminar em frente ao edifício administrativo de Cedelca, num acto político prático de mobilização popular.

Igualmente, a jornada de mobilização contou com uma ampla expressão de inconformidade a cargo dos vendedores de leite cru, que também são vítimas da arremetida governamental, que aniquila a economia popular, ao mesmo tempo que legisla a favor das multinacionais.

No município de Caloto, os utentes dos serviços públicos e camponeses vieram para a estrada que faz a ligação a Palo e bloquearam-na durante várias horas. Da mesma forma, no município de Piendamó, a comunidade foi para a via Panamericana e, durante uma hora ou mais, impediu o trânsito protestando contra os maus tratos que têm vindo a receber por parte desta empresa de energia.

A jornada de protesto, repúdio e rejeição dos abusos e atropelos do actual operador privado de Cedelca, a ETA-Servicios, assim como a rejeição das altas tarifas da energia, foi enérgica; contundente e massiva. A participação massiva da população que com cartazes, faixas e com textos alusivos à problemática, deixaram em evidência o grau de organização e a força do movimento de utentes dos serviços públicos, que seguramente permitirá enfrentar o concessionário, que daqui a 50 dias tomará o controlo de Cedelca, por um período de 20 anos, prorrogáveis como todas as concessões da Lei 143 de 1994 a 50 anos.

A mesma política pública que está a privatizar a saúde, a educação, a universidade pública, as pensões; que ameaça privatizar a água e a natureza, é hoje aplicada pelo governo através das empresas de serviços públicos, numa continuação da sua estratégia de servilismo e submissão perante os poderosos e o grande capital, enquanto atropela e abusa do povo, empobrecendo-o cada vez mais, levando-o ao limite da miséria, aprofundando a pobreza na nossa região e obviamente na Colômbia.

Traduzido por Alexandre Leite (http://investigandoonovoimperialismo.blogs.sapo.pt/)