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ELN: Destituição de prefeito bogotano põe em perigo processo de paz
Prensa Latina / sexta-feira 28 de março de 2014
 
Foto: Semanario Voz via photopin cc

O Exército de Libertação Nacional (ELN) afirmou hoje que a destituição do prefeito de Bogotá Gustavo Petro, pelo presidente Juan Manuel Santos, põe em perigo o processo de paz na Colômbia.

Petro foi deposto de seu cargo por Santos, que desconsiderou as medidas cautelares outorgadas ao prefeito bogotano pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos.

A ação do presidente também põe em perigo a possibilidade de um diálogo com a guerrilha do ELN, assinala um comunicado datado de 20 de março nas montanhas da Colômbia, divulgado hoje nesta capital.

A destituição de Petro, precisa o texto, confirma a postura retrógrada da oligarquia colombiana e sua solidariedade de classe.

O ELN sublinha em seu comunicado que essa medida à extrema direita do presidente demonstra a intolerância para aceitar nas instituições posturas críticas e a serviço dos excluídos, alcançadas pelas vias constitucionais.

Para o ELN, se esse é o destino de um prefeito eleito pelo voto popular, o que pode se esperar sobre o respeito e cumprimento dos eventuais acordos subscritos em uma mesa de diálogo com a insurgência (em alusão às conversas entre o Governo e as FARC-EP instaladas em Havana, Cuba).

Colômbia está desconhecendo "de maneira flagrante a juridicidade internacional", sublinha, à qual deve ser submetido um governo que em janeiro passado afirmou acatar e respeitar uma decisão em favor do prefeito de Bogotá" (em caso disso se produzir).

Na opinião da guerrilha, essas "viradas do presidente (Santos) demonstram falta de seriedade ao seu mandato e põem à prova sua disposição e capacidade para cumprir acordos, tanto no âmbito internacional, como interno".

Como candidato à reeleição, argumentam, transmite uma mensagem negativa aos possíveis eleitores, e é possível também prever um altíssimo índice de abstenções e voto em branco nas eleições presidenciais em maio.

Com atitudes como essas, considera o ELN, a oligarquia colombiana evidencia sua falta de respeito à vontade popular expressada nas urnas e invalida as eleições como um exercício democrático.

Tem razão Petro quando afirma que nestes momentos "o voto não vale" e é necessário mudar as instituições, alegam.